Todos os anos o Sebrae emite um relatório divulgando a taxa mortalidade das empresas em até cinco anos, ou seja, quantas empresas deixaram de existir antes de completar cinco anos de existência. Em 2020, a taxa de mortalidade dos MEI (faturamento até R$ 85mil por ano) foi de 29%. Já para as microempresas (ME - faturamento até R$ 360 mil por ano) a taxa de mortalidade foi de 21,6%, e para as empresas de pequeno porte (EPP - faturamento anual entre R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões por ano) foi de 17%.
Estes resultados sempre evidenciam uma relação entre o porte da empresa, o seu tamanho em volume de faturamento, e o nível de sucesso no longo prazo. Os especialistas sempre destacam a falta de capacidade de gestão, experiência e conhecimento do ramo como as causas principais que explicam estes resultados.
Do
meu ponto de vista, como a falta de capacidade de gestão, experiência e
conhecimento do nicho de mercado podem ser resumidos em sete erros clássicos
que levam muitos negócios a fecharem as portas.
Erro número 1 - Colocar o produto em primeiro lugar e o marketing em segundo. Quando é o oposto que funciona. Muita gente acha que marketing é propaganda. Marketing é mercado, então, o foco é identificar mercado primeiro e depois criar e focar no produto. Será que as pessoas realmente querem o seu produto? Podem ou poderão pagar por ele? Até quanto querem pagar por ele? Faça um teste real no mercado ao invés de se iludir com o produto maravilhoso que você está criando que só agrada a você e mais meia dúzia.
Erro número 2 - Sobre enfatizar a imagem. Escritório chique, logomarca, etc, etc. A imagem tem um custo. Se estiver começando, opere da sua casa ou em um escritório modesto, caso seja indispensável. À medida que crescer, mantenha a modéstia. Não desperdice recursos com frivolidades, invista o dinheiro em marketing e isso aumentará suas chances de sucesso.
Erro número 3 - Parceiros ruins nos negócios. O medo de começar sozinho pode te levar para os braços de um sócio não ideal. A parceria que você tanto esperava que te agregasse acaba sendo uma parceria de pouco conhecimento, pouca comunicação ou pouca diligência. Muitos casamentos e amizades vão à falência juntamente com os negócios que colocaram de pé. Evite ter uma sociedade o máximo que puder, mas se for inevitável, conheça bem os pontos fortes fracos do seu parceiro, e defina claramente o papel e as responsabilidades de cada um dos sócios em relação ao negócio.
Erro número 4 – Assumir modelos de negócio muito complexos. Os melhores modelos de negócio são simples. Empregados, clientes e fornecedores devem ser capazes de entender imediatamente a natureza e os objetivos do negócio.
Erro número 5 – Tentar ser o pioneiro, lançando um novo produto ou lançando-se em um novo nicho. Muitos empreendedores são atraídos por essa vontade de deixar sua marca na história. Alguns conseguem, claro! Mas a maioria falha por não ter a expertise necessária. Investir em um negócio já conhecido aumenta as chances de sucesso. E o seu pioneirismo pode estar focado em fazer melhor, ou ser mais rápido ou mais barato em rotas já traçadas.
Erro número 6 – Não separar o que é da empresa e o que é do dono do negócio. Muitos negócios vão à falência porque enfrentam processos judiciais relacionados a empregados, direitos autorais, etc. Desde o início o empreendedor deve se interessar em se formalizar, buscar informação e proteger o seu patrimônio pessoal do patrimônio da empresa. Não dá para fazer tudo sozinho. Pague uma consultoria a profissionais que podem te ajudar nas áreas que você não domina: contadores, advogados, marqueteiros, etc.
Erro número 7 – Divórcio. O fim de um relacionamento pode obrigar o empreendedor a descapitalizar a empresa para fazer jus a acordos judiciais no momento da separação. Deixe o seu orgulho ferido de lado, negocie sobre o que é justo para ambos.
Embora alguns desses erros estejam por trás das histórias de falências, não podemos negar que o Brasil é um país grandes desigualdades e instabilidade econômica o que torna tudo mais desafiador. Por isso, estar preparado é fundamental. Você acha que esses erros podem afetar a saúde financeira dos negócios a ponto de levá-los a falência? A sua experiência, te ensinou algo diferente? Compartilhe nos comentários.
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